Unidades da rede municipal de saúde não possuem mais espaço para internar pacientes vítimas da Covid-19
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves realizou na manhã deste sábado, (23), uma coletiva de imprensa para relatar o colapso na saúde municipal devido a pandemia do coronavírus (Covid-19). As informações são de que não há mais leitos para receber pacientes na Capital. A coletiva, contou com a presença das secretárias titular e adjunta da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Eliana Pasini e Marilene Penati, além do vice-prefeito Maurício Carvalho.
Na primeira onda de pandemia, quando o pico foi registrado nos meses de maio e junho, o município conseguiu lidar com a situação e não chegou ao colapso, mas nesta segunda onda, com aumento dos casos registrados desde o início de dezembro passado, a rede municipal de saúde não tem mais leitos.
“Tínhamos 18 leitos com aproximadamente cinco respiradores no início da pandemia. Agora chegamos a 70 leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a população e mesmo assim não está sendo suficiente”, relatou o prefeito Hildon Chaves.
O Prefeito Hildon Chaves disse ainda que o período festivo do fim de ano contribuiu para este cenário. “Após as festas de fim de ano, os casos começaram a aumentar consideravelmente, aonde chegamos a ponto de não termos mais leitos para as pessoas doentes com a Covid-19”.
Na sexta-feira, (22), Porto Velho registou 168 novos casos, totalizando 46.892 contaminados desde o início da pandemia, sendo 3.224 deles de contabilizados entre os dias 1 º a 22 de janeiro. Quanto aos óbitos, o cenário é ainda pior: 82 mortes registas desde o início do ano, quase quatro mortos por dia.
Para atender com celeridade a população que apresenta os casos leves da doença, foi montada uma força tarefa nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para receber esses pacientes no período da tarde. Durante a manhã o atendimento geral continua sendo realizado. A secretária de Saúde, Eliana Pasini disse que é o município o responsável pelo primeiro atendimento de todos os casos da doença.
“É o município a porta de entrada desse paciente na rede de saúde. Os pacientes ligam no Call Center e são encaminhados para alguma das unidades da rede municipal e somente em casos de internação clínica ou de UTI é que são encaminhados para a estrutura do Estado”.
Call Center
Inaugurado no final de março, o Call Centro foi criado para agilizar o atendimento do paciente e evitar aglomerações nas unidades. No início, atendia cerca de 200 pessoas por dia, agora recebe mais de mil ligações diárias e também está sobrecarregado. Desde o início de suas atividades, o Call Center já atendeu 195.163 mil pessoas, sendo 21.114 somente nesses 22 dias de janeiro.
O prefeito Hildon Chaves ressaltou que as pessoas não estão respeitando as medidas de isolamento. “Só ontem, (22), tivemos 60 casos de sutura na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste, casos de pessoas que deviam estar em casa e que se envolveram em acidentes ao sair. Precisamos que a população se conscientize e fique em casa, se protegendo e protegendo a sua família. A pandemia ainda não acabou, estamos em colapso na saúde de Porto Velho”.
Vacinas
Porto Velho recebeu cerca de 18 mil doses da vacina Coronavac. As imunizações já começaram e a prioridade são os profissionais que estão na linha de frente, como os médicos, enfermeiros e pessoas da área da limpeza que lidam diretamente com pessoas contaminadas com o coronavírus.
A secretária adjunta da Semusa, Marilene Penati, informaram também durante a coletiva que a secretaria encaminhou, antes mesmo da chegada da vacina, documento solicitando de todas as unidades hospitalares públicas (municipais, estaduais e federais) e privadas o envio de uma relação nominal dos profissionais de saúde que atendam ao critério das prioridades, inclusive com número do CPF, cartão do SUS e função executada na unidade em que trabalha. O objetivo da Semusa é dar transparência ao processo de vacinação, evitando que pessoas fora do público-alvo sejam imunizadas. Essas relações nominais de cada unidade estão sendo enviada para o Ministério Público que acompanha de perto o processo de vacinação.
“Desde o último dia 19, quando as vacinas chegaram em Porto Velho, cerca de 1.300 profissionais da linha de frente já foram vacinados em 10 unidades do município e estado. A vacinação está ocorrendo dentro das estruturas de saúde para facilitar e acelerar o processo de imunização, além de evitar aglomeração”.
Nos próximos dias serão imunizados os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do Hospital do Amor, Policlínica José Adelino, Hospital de Campanha Cero, na Zona Leste, Hospital Cemetron entre outros. O próprio prefeito quer dar o exemplo. “Não me vacinei e vou esperar a minha vez na fila, como todo cidadão”.
Ao final o prefeito fez um apelo à população de Porto Velho. “Os jovens precisam entender que não é momento de ir para festas ou qualquer outro lugar, é o momento de ficar em casa, ajudando a cuidar da família. A responsabilidade para a redução deste cenário é de cada um de nós”.
Superintendência Municipal de Comunicação - SMC